A manhã de quinta-feira de um solarengo dia de Março foi recebida com entusiasmo na visita à Cinemateca.
“As Armas e o Povo” foi o filme projectado, inserido nos 35 anos das comemorações do 25 de Abril de ’74, onde os frutos da colaboração entre diversos realizadores – nacionais e internacionais – que saíram para a rua de câmara em punho pretendendo captar todo o ambiente que se seguiu à revolução dos cravos, naquele que seria o primeiro dia do trabalhador celebrado em Liberdade desde há muito tempo.
Por isso mesmo, toda a força de união e todo o espírito de revolução, que arrastaram grande parte dos nossos pais ou avós às ruas em manifestação, foram-nos trespassados, inspirando-nos, acordando-nos para a sociedade politicamente crítica em que vivemos. Recordar essas mesmas manifestações e tudo o que envolveram permitiu-nos sentir um certo patriotismo liberal, um orgulho pelo nosso povo, um grande povo, que unido, não foi vencido! Um povo do qual, nos apercebemos de que fazemos parte. Este filme abriu-nos novos horizontes. E é interessante como em tão curto e simples filme, deparámo-nos com portugueses, de décadas atrás, a trazer tais emoções àquela pequena sala da Cinemateca, ocupada agora com livres estudantes, frutos das suas revoluções. Estudantes, nós, que havíamos pouco antes do filme passado por ruas, que simplesmente nos eram indiferentes, mas que após a visualização do filme, tomaram uma nova importância. Sentíamos que ali houvera um passado, houvera uma busca constante de algo novo esperado por muitos. A revolução veio matar a ânsia pela qual sofriam, veio combater o poder ridículo da ditadura, com o qual muitas bocas se calavam. Mas não mais!
E é, então, com projectos como estes, que esta nova geração, de que fazemos parte, ficará não mais indiferente a essas ruas, essas figuras, a essas datas que revolucionaram o país, não só no passado mas também nas futuras promessas vindouras.
Alice Amorim Nº1, Diana Carvalho Nº8, Telma Ribeiro Nº22
11ºB
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